domingo, 23 de agosto de 2009

BRUXARIA, RELIGIÃO E FORMAÇÃO.

A corrida à "MAGIA" está se tornando uma marca sem o cuidado necessário a disciplina e o aprendizado da Bruxaria. Um aprendizado se não intelectualizado, com bases cientificas e histórica, mas pelo menos coerente e sistematizado.

A FORMAÇÃO DE UMA (o) BRUXA (o), tem que ser construída passo a passo, no dia a dia, nos menores detalhes. Essa conversa de dizer que em BRUXARIA tudo pode é para quem está longe de conhecer as tradições. Do contrário, não estaríamos aqui, no terceiro milênio falando da nossa fé. Somos nós realmente Bruxos, responsáveis pelo que nossos antepassados, mantiveram em sigilo por pelo menos três mil anos. E a preservação e respeito a estes princípios foi exatamente o que nos fez fortes e nos conduziu até aqui.

A BRUXARIA É UMA RELIGIÃO, não pode e não deve ser tratada de forma tão simples e sem disciplina formativa, pois se trata de uma religião das mais fundamentadas da humanidade.

Faz-se necessário que paremos um pouco para refletir: o que a ciência e a tecnologia produzem em efeito curioso sobre a raça humana. O homem se sente forte e poderoso ao manuseia-la, e a Internet é o maior caminho para que este sistema se faça, principalmente em jovens adolescentes, que constantemente, estão naturalmente, em busca de novidades para enriquecer e fantasiar suas existências.

Assim, temos que observar até que ponto estamos sendo responsáveis ao abrir nossa religião, a nossa fé, de forma tão imprópria e RETALHADA. Pergunto-me: Só por curiosidade e simpatia se chega a ser um BRUXO (A)?

Todos os assuntos relacionados à Bruxaria são altamente sedutores, nós bem sabemos disto. Mas, todo jogo de sedução mal canalizado leva a frustração e ao desinteresse.

Devemos lembrar que o nosso adolescente brasileiro, tem informações e formação religiosa muito pobres e além de tudo preconceituosas e imperativas, o que motiva o fascínio pela nossa religião. É um campo minado e delicado, o que aumenta a nossa responsabilidade ao informa-los e orienta-los.

Evidentemente, há enorme satisfação embutida nas tarefas de levar os nossos Deuses aos jovens. A principal delas é poder honrar o compromisso que assumimos com a nossa própria liberdade.

Liberdade que é uma fonte de conflitos internos a ser trabalhada, com discernimento e maturidade.

Para se chegar à independência da Fé, é preciso se ter real conhecimento do que vem a ser a liberdade de existir.

"Fazes o que quiseres, desde que não prejudique ninguém", eis o princípio da maturidade para liberdade.

Os caminhos da Deusa não têm volta, pois eles nos conduzem para dentro de nós mesmos e vice-versa, formando assim o círculo divino. É um desafio permanente as tiranias do Ego.

Estou sempre afirmando que, sentir-se Bruxo (a) é sentir-se pelo avesso, ver invertido. É sentir os olhos no umbigo e o umbigo no coronário.

A (o) Sacerdotisa (o) deve primar acima de tudo por desenvolver um papel fundamental, na conscientização de todos que por ela (o) passar, em busca de trilhas sistemáticas a seguir, para encontrar seus Deuses. PRINCIPALMENTE SUA DEUSA INTERIOR.

Nunca, em nenhuma hipótese deve se sentir, ou deixar que a (o) vejam como uma (um) líder religiosa (o). Mas sim, uma (o) facilitadora de idéias. Devemos insistir na difícil etapa da integridade da Arte no momento. Na transformação do nosso compromisso com a nossa ética e imagem. Por isso, ser tão importante estarmos unidos nos MOVIMENTOS que visam impor a bruxaria como religião de respeito. Na preocupação com o que chamamos "RELIGIÃO SEM DOGMAS", para que essa idéia não se transforme em uma alienação das tradições.

Minha avó, Dona Chica Cruz, costumava dizer que: “Se a lua se permitisse ser vista todos os dias, seus mistérios não seriam mistérios...”

Abençoados sejam!
Graça / Senhora Telucama.
"Truth in our hearts, Strength in our arms and fulfillment in our tongues" (Verdade em nossos corações, Força em nossos braços e Totalização em nossas línguas) .
Graça Azevedo / Senhora Telucama.

Nenhum comentário: