sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Da Caricatura para a Imagem Real - Por Jorge Scritori

      Recentemente fiz a leitura do texto: “Caricatura da Umbanda - é para rir ou chorar?" Do irmão Alexandre Cumino. E realmente a pergunta é pertinente: é para rir ou para chorar?
Fiquei introspectivo em relação à situação e acabei lembrando da propaganda de um refrigerante que dizia mais ou menos assim: “Imagem é tudo, sede não é nada”. Nesse momento aparecia uma lata de refrigerante estupidamente gelada causando sede no expectador. Era bem bacana...
     Coloco isso em função do que foi abordado. Sou extremamente contra manifestações de mau gosto, que acabam por denegrir e ofender a imagem de qualquer aspecto religioso. Fiquei feliz com a apresentação do comediante Leandro Hassum no programa do Jô, dizendo porque ele não se adaptou a nenhuma religião (http://www.youtube.com/watch?v= uw6naWpgGQ&feature=related). Muito profissional e não pejorativo.
     Dentro desse cenário eu pergunto: Qual a imagem que transmitimos dentro do trabalho? Quais são os excessos cometidos que acabam sendo mal interpretados? Quais são os sinais corporais que criam confusões, causam medo ou dão abertura para gracejos de gosto duvidoso? Precisamos avaliar. Temos alguns pontos dentro da nossa liturgia que precisam ser repensados. O uso de fumo e álcool precisa ser dosado ou remanipulado. A quantidade de apetrechos físicos: guias, chapéus, capas, paramentos e outros detalhes precisam de maestria no uso. Estamos em um pais de cultura variada e muitas vezes de bom senso restrito. Quem usa um traje diferente é visto como “fantasiado”, quem bebe é alcoólatra e quem fuma é viciado. Estou dizendo de valores que permeiam o consciente coletivo, pois vivenciamos uma sociedade preconceituosa e dura.
    È preciso dosar, tudo que citei acima faz parte da nossa liturgia, no entanto antes do entendimento alheio nos cabe calibrar o uso.
     Tenho outro exemplo bem bacana, quando estou no desenvolvimento mediúnico com os médiuns mais novos costumo argumentar: “A incorporação de esquerda no inicio da sua vida mediúnica, ela tenciona o corpo, a manifestação é mais dura e existe um período de adaptação entre médium e guia em função do fluxo denso manifestado pelos camaradas da esquerda, no entanto, isso não justifica algumas manifestações bizarras que correm por ai: médiuns que rastejam, palavrões, rosnados e até alguns gritos. Pense que vc vai incorporar na frente de uma criança de 04 anos e por uma responsabilidade comum vc não deve assustar essa criança que poderia ser seu filho, sobrinho, afilhado e etc.”.
       Faço essa menção porque sou totalmente contra a proibição do acesso de nossas crianças a qualquer trabalho. Não tem como perpetuar a religiosidade se não for através dos pequenos.
Novamente estamos se batendo na questão da imagem. Outra coisa bacana, tento me colocar dentro da cabeça do consulente que está indo a primeira vez em um centro, está aflito e angustiado pela sua situação pessoal, esta em um local estranho com pessoas que lhe são estranhas e em determinado momento ele contempla o “guia espiritual” que vai lhe atender e socorrer entornando uma garrafa de bebida alcoólica, na boca mesmo. Não dá! Não pode! Não é isso!
    É preciso avaliação e reformulação, não quero mudar a Umbanda, mas quero que a Umbanda seja vista, respeitada e tratada como uma grande religião que ela é. Para isso precisamos observar a nossa imagem para não darmos margem a pessoas como do programa Hermes e Renato- programa do mal- (http://www.youtube.com/watch?v=N4SNjdQ2ONE) que fazem da nossa religiosidade um palco de sandices e caricaturas.




Eu, Aprendiz, concordo e assino em baixo!

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